Este artigo é uma adaptação do programa Café & Tickets #26 que você pode escutar no spotify.
Programa gravado em 19 de Novembro de 2024, às 09h45
O texto foi enxugado para manter as informações mais relevantes e alguns bônus para você, leitor. 😉
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Matheus Martins: Hoje vamos falar sobre um assunto muito especial: como planejar e orçar o próximo ano da sua empresa.
Será uma conversa cheia de informações valiosas para você que está finalizando o ano e se preparando para o próximo. ,Afinal, toda empresa precisa crescer no ano seguinte, e é essencial começarmos a conversar sobre isso com antecedência.
Estou aqui com um convidado muito especial, o Marcio. Seja bem-vindo a mais um programa do Café e Tickets. Márcio, se apresente para o pessoal que ainda não te conhece.
Marcio Jacson: Bora lá! Primeiro, quero agradecer pela audiência. Obrigado por assistir ao Café e Tickets. Se você já é nosso cliente ou está prestes a se tornar um, a ideia aqui é compartilhar um pouco de informação, conhecimento e também mostrar como atuamos em diferentes fases da nossa empresa.
Vamos falar sobre um tema muito rico: planejamento estratégico e orçamento.
Obrigado novamente pela audiência, e é um prazer estar aqui com você, Matheus. Excelente!
Matheus Martins: E, pessoal, nada mais justo, para esse papo de orçamento, do que termos uma pessoa com muita experiência em gestão.
O Marcio começou empreendendo na área de tecnologia e hoje é bacharel em Sistemas, especialista em Planejamento e Gerenciamento Estratégico, além de ter formação em Administração de Negócios pela PUC do Paraná.
Atualmente, ele é CEO e fundador da TFLUX, além de ser membro do conselho do Aguatec Park em Joinville. Já foi também membro do conselho da CAT de Floripa e coordenou projetos no Startup SCI, além de ter sido curador e fomentador do Joinville Startups.
Ou seja, Márcio, você não apenas empreende, mas também cuida dos seus negócios e está muito envolvido com o ecossistema e com outros empresários.
Tem muita coisa acontecendo e muitas dores que podemos comentar, não é mesmo, Marcio?
Marcio Jacson: Legal, é isso mesmo.
Uma das experiências que vivi em uma incubadora de startups me fez perceber a necessidade de adaptação do empreendedor conforme a fase da empresa. Cada fase tem suas particularidades.
Primeiro, há a fase embrionária, depois vem o momento em que a empresa começa a ter o conhecimento sobre o que está aplicando. A seguir, surge uma fase de tração, onde começa a se definir o cliente ideal e o produto, até que se chegue ao ponto de escala.
Isso é particularmente relevante em uma software house ou na entrega de uma solução para o mercado, onde a escalabilidade é possível. Claro que há mercados e segmentos em que a escala já é mais limitada.
Toda empresa precisa de um planejamento e orçamento?
Matheus Martins: Excelente, Marcio. Vamos começar então a conversar sobre o que interessa e ajudar nosso público a entender se esse assunto é realmente pertinente para a situação atual da empresa.
A primeira pergunta que eu queria te fazer, Marcio, é: toda empresa precisa se planejar para o próximo ano?
Marcio Jacson: Toda empresa que não se planeja acaba alcançando resultados ou conquistas que simplesmente acontecem, sem um direcionamento claro. Quando você tem um objetivo bem definido, como crescimento ou uma conquista específica, é necessário ter uma visão clara para que todos os envolvidos possam direcionar sua energia para alcançar esses objetivos.
Sem esse planejamento, a situação se torna como a música “Deixa a vida me levar, a vida leva eu”, onde o resultado é incerto e você não consegue engajar sua equipe para criar a sinergia necessária para alcançar os objetivos.
Na minha visão, toda empresa deveria ter um planejamento estratégico. Com ele, você tem um propósito claro e uma visão para todos os envolvidos saberem para onde estão indo. Imagine um barco onde uma pessoa rema para trás, outra rema para frente, e o barco não sai do lugar. Essa é a realidade de muitas empresas, onde um setor faz as coisas de uma maneira e outro faz de outra, anulando os esforços e permanecendo na mesma posição, sem ser produtivo.
Outro exemplo que gosto de usar é o planejamento de uma viagem. Se eu não souber qual é o objetivo da viagem e não tiver clareza sobre as variáveis, como o dia, a hora e o tempo, vai ser muito difícil organizar uma viagem de família com quatro pessoas. Se não planejar a forma de transporte—será de avião, navio, carro ou até mesmo uma caminhada—não conseguirei definir um roteiro adequado.
É preciso criar premissas básicas para que o planejamento estratégico seja bem definido, e depois, descer para o planejamento tático, que é essencial para colocar as coisas em movimento. Quando chegar a execução e operação, tudo estará alinhado e em sinergia.
Portanto, respondendo à sua pergunta, sim, toda empresa, por menor que seja, deveria ter um planejamento estratégico, que pode ser desmembrado em táticos para orientar a operação do dia a dia.
Momento certo de planejar
Matheus Martins: Perfeito, Marcio. Então, visto que toda empresa precisa ter esse planejamento, na sua visão, como mentor e empreendedor, existe um período específico para que esse planejamento aconteça? Seja em termos de data ou até mesmo de situação?
Marcio Jacson: Minha recomendação é que todo negócio, seja no início ou em fase de estruturação, tenha um planejamento de cinco anos. Isso permite que, por meio da equipe e das pessoas estratégicas, você consiga definir claramente onde quer estar com a empresa e com todos os envolvidos nesse período.
A partir dessa visão de cinco anos, você define o propósito para garantir que todos estejam alinhados. Isso é essencial para que as pessoas acordem sabendo qual é o propósito pelo qual estão trabalhando e entendam a visão maior da empresa, para que todos estejam na mesma página.
Após esse planejamento estratégico de longo prazo, você quebra esse objetivo em metas anuais. Então, no final de cada ano—geralmente em outubro, novembro e dezembro, que são os últimos meses do ano—você começa a planejar como irá atuar no próximo ano.
Claro que, quando você está começando, o planejamento é mais uma aposta. Mas, à medida que sua empresa vai crescendo, seja com um, dois, três ou até dez anos de história, você pode usar o aprendizado dessa trajetória para embasar seus próximos planos.
Portanto, é importante que o planejamento seja feito no último trimestre do ano, para preparar bem o ano seguinte.
Orçamento e planejamento andando juntos
Matheus Martins: Perfeito, Marcio. Eu também fico pensando, já que o tema desse webinar é planejamento e orçamento, acredito que essas duas questões precisam andar juntas, obrigatoriamente.
Por exemplo, um orçamento feito para um ano específico—seja para o ano seguinte ou para os próximos três anos—não pode estar dissociado do planejamento. Eles devem caminhar lado a lado.
Marcio Jacson: Vamos lá. Se eu planejo algo, mas financeiramente não faço um orçamento para entender se consigo realizar aquilo, ou para saber quanto de verba será necessária, eu não terei clareza sobre o que será possível ou não. E é importante saber se essa verba já está disponível ou se será necessário captar no mercado, seja por um fundo de venture capital, um empréstimo ou outro meio.
Por isso, acredito que planejamento e orçamento devem caminhar juntos, para que eu consiga não apenas sonhar com o que desejo, mas também transformar isso em realidade, na operação prática.
O planejamento estratégico traz a visão de longo prazo. Já o planejamento do próximo ano deve ser feito junto com as áreas da empresa, para garantir que todos estejam alinhados. Esse planejamento deve detalhar as atividades de cada área e também as necessidades para executá-las, como pessoal, recursos, ferramentas, etc.
Aí é onde entra o orçamento, para entender se o planejamento é viável financeiramente. Caso não seja, é necessário pensar em como resolver: pode ser ajustando o planejamento, reduzindo a agressividade das metas, ou então buscando recursos financeiros para sustentar o crescimento planejado.
Com o planejamento em mãos, é possível traçar o orçamento necessário para saber se é viável executar o que foi idealizado, ou se será necessário captar recursos para seguir em frente.
Matheus Martins: Perfeito, Marcio. Vamos pisar no acelerador ou vamos com mais calma, né?
Marcio Jacson: Exatamente. E é aí que entra a decisão da direção, especialmente do CEO, que precisa tomar essa decisão crucial para garantir a sustentabilidade da empresa. Ele deve equilibrar essas variáveis, que são essenciais e fundamentais para a execução do dia a dia no próximo ano, de acordo com o planejamento.
Listar as aquisições desejadas pela empresa
Matheus Martins: E é nesse momento, Marcio, durante o planejamento para o próximo ano ou para as etapas seguintes, que entram as novas aquisições que uma empresa deseja realizar?
Marcio Jacson: Isso. Então, quando falamos em aquisições, podemos estar nos referindo tanto à aquisição de outra empresa para um crescimento acelerado, como também à aquisição de recursos, como estrutura e recursos humanos. Essas aquisições devem estar alinhadas com o que está sendo planejado, e o orçamento é fundamental para garantir que tudo seja executado da melhor maneira possível.
É importante ter pessoas com perfis analíticos e de planejamento nesse momento, para trazer a sustentabilidade necessária. Embora estejamos planejando o futuro, devemos trazer esses planos para o presente, para garantir que a execução seja viável.
Portanto, é essencial que todos os aspectos do planejamento estejam em sintonia e equilíbrio. Devemos realizar aquisições que realmente agreguem valor, evitando aquelas que não serão saudáveis para a execução do plano. Esse é o grande desafio da administração no dia a dia.
Falando sobre o processo, o orçamento geralmente conta com a figura da controladoria. Dependendo do tamanho da empresa, a controladoria pode ser realizada por uma pessoa, por uma equipe ou até por um escritório de contabilidade terceirizado. Esse time ou escritório é responsável por trazer mensalmente a comparação entre o planejado e o realizado, para fazer os ajustes necessários, caso sejam necessários.
Matheus Martins: Perfeito. A gente consegue gerir aquilo que a gente mede,aquilo que a gente anota.
Marcio Jacson: Isso mesmo. Como diz o famoso ditado de Peter Drucker, é fundamental registrar e anotar. Esse é o ponto que você mencionou, pois uma coisa é o planejamento, e outra é a execução do planejamento. Se não houver disciplina, controle e registros, fica difícil cumprir o que foi planejado.
Estamos falando para uma audiência diversificada, que inclui desde pequenos empreendedores até médias empresas, e todos enfrentam esses desafios. Ter pessoas responsáveis pela orquestração e execução do planejamento, com disciplina para garantir que as ações sejam realizadas conforme o planejado, é essencial.
Planejar é sensacional, mas, na execução, surgem os desafios. Muitas vezes, é necessário ajustar, repactuar, conversar e alinhar a rota. Existem variáveis internas que podemos controlar, mas também há as variáveis externas, como ameaças e mudanças no mercado, que exigem atenção. Para lidar com essas variáveis, é fundamental realizar uma análise usando a ferramenta SWOT. Ela nos ajuda a entender as forças e fraquezas internas, além das ameaças e oportunidades externas, para que possamos ajustar e executar o planejamento de maneira eficaz.
Time de planejamento
Matheus Martins: Maravilha, Márcio. Você mencionou os diferentes perfis de pessoas, como o perfil mais planejador, o analista e o executor. A importância de entender esses perfis dentro da operação é fundamental, até mesmo no quadro societário. Se o meu sócio tem um perfil mais analítico, por exemplo, posso atribuir a ele mais responsabilidades no planejamento.
Agora, entrando numa reunião de planejamento e orçamento para o próximo ano, uma vez definidos os perfis de cada um, há algum foco específico que você recomendaria? Algo que seja uma boa prática e comum para todas as empresas, ou isso varia muito de indústria para indústria?
Marcio Jacson: Cada segmento pode atuar de diferentes formas, mas existem ferramentas e metodologias que podem ser seguidas para garantir um bom planejamento. Isso é fundamental para centralizar as informações e facilitar o entendimento de todos na empresa.
Muitas empresas realizam dois dias de planejamento, enquanto outras segmentam o processo. O formato varia conforme as necessidades de cada empresa, mas é importante que esse processo centralize o conhecimento de todas as áreas. Geralmente, eu gosto de iniciar com um brainstorming, uma reunião de abertura onde todos podem compartilhar suas ideias e perspectivas. Depois disso, passamos para outra reunião, onde começamos a planejar o que precisa ser feito no momento atual e também para o futuro.
Esse processo deve envolver todos os membros da equipe para criar um senso de pertencimento. Quando as pessoas participam ativamente da construção do planejamento, elas se tornam mais comprometidas com a execução, pois sabem que foi algo feito de forma colaborativa.
Esses rituais de planejamento são essenciais para garantir uma boa execução no ano seguinte. Quando o planejamento é bem feito e de forma colaborativa, ele gera um senso de pertencimento, o que é crucial para o sucesso da implementação. Às vezes, a equipe pode ser formada por dois ou três sócios, outras vezes, envolve toda a diretoria ou coordenação. O importante é garantir que todos estejam envolvidos nesse processo.
Uma das ferramentas que queremos disponibilizar é um template que pode ser usado para estruturar a primeira reunião de planejamento. Esse material inclui perguntas fundamentais para ter uma visão clara de todo o processo. Com ele, você poderá sentar com sua equipe e, conforme a fase e a maturidade do seu negócio, aprimorar ainda mais o planejamento.
Além desse template, recomendo um livro que pode ajudar no processo de planejamento e gerenciamento estratégico. O livro se chama Planejamento Estratégico: Ferramentas, Métodos e Técnicas. Ele não é genérico, mas sim específico e detalhado, como um workshop, e ajudará a construir um planejamento estratégico eficiente. Você pode encontrar esse livro em formato e-book ou no Kindle, na Amazon.
Além do livro, o Sebrae também oferece ferramentas e conteúdos valiosos para apoiar a estruturação e profissionalização da sua empresa. Com esses recursos, você poderá crescer de forma sólida e sustentável, superando índices como o CDI e assegurando a saúde financeira do seu negócio no dia a dia.
Planejamento de Setores X Empresa
Matheus Martins: Maravilha! Voltando à questão do planejamento, a minha visão é que, em geral, realizar um planejamento estratégico para a empresa como um todo tende a ser mais produtivo do que fazer um planejamento separado por setores. O planejamento global permite que a empresa tenha uma visão integrada, garantindo que todos os departamentos e áreas estejam alinhados com os mesmos objetivos e metas.
Quando você separa o planejamento por setor, pode acabar criando silos dentro da organização, o que dificulta a comunicação e a colaboração entre as áreas. Além disso, ao ter uma visão ampla e estratégica, é possível observar a interdependência das diferentes áreas e como elas devem trabalhar juntas para alcançar o sucesso.
Porém, o ideal é que, após esse planejamento global, cada setor tenha a responsabilidade de detalhar suas ações específicas dentro do contexto da estratégia geral da empresa. Ou seja, a estrutura básica do planejamento deve ser feita de forma integrada, mas cada área pode adaptar as ações ao seu contexto, respeitando os objetivos e metas da organização.
Quanto à duração do planejamento, como você mencionou, não é algo para ser feito de qualquer jeito ou apressadamente. Um planejamento bem feito, com foco e dedicação, realmente deve ser planejado com calma, mas de forma organizada e objetiva. Durante os dias de planejamento, é importante criar momentos de integração, debates e análise estratégica para que todos os pontos de vista sejam considerados e o plano final seja o mais eficiente possível.
Marcio Jacson: Então, vamos lá. Eu acredito que eles não são excludentes; muito pelo contrário, estão totalmente interligados. Começo com o planejamento geral da empresa e, a partir disso, crio o planejamento por área. Podemos utilizar algumas ferramentas, como o próprio OKR, que tem como objetivo tornar claros os planos e os objetivos de cada área, visando alcançar os resultados-chave para que o planejamento geral da empresa seja cumprido.
Existem outras ferramentas, como o BSC. Inclusive, no material que vamos disponibilizar, há um guia e algumas informações sobre elas. Mas, em resumo, elas funcionam em conjunto, Matheus. Primeiro, faço o planejamento da empresa, alinhado com sua visão e propósito, caso a empresa ainda não tenha esses elementos. Após esse planejamento, desmembro-o nas áreas, com objetivos-chave para que realmente se alcance as metas estabelecidas. Além disso, são alocados os recursos e as ferramentas necessárias, o que envolve a parte orçamentária, intimamente ligada ao que foi planejado.
Ficou claro, Matheus?
Acompanhar OKRs e Metas
Matheus Martins: Perfeito, Marcio. A estrutura do OKR é uma ferramenta muito difundida entre os gestores, e permite, novamente, dividir uma grande meta em pequenos passos. Assim, um objetivo que parecia muito grande começa a ser mais alcançável quando você o fragmenta, como no caso do OKR.
Inclusive, você já deu um spoiler, vamos chamar de uma dica. Mas eu gostaria de entender, Marcio, na sua visão, como gestor e empresário, existe algum truque para entender onde a nossa empresa está e para onde queremos chegar em uma reunião? Ou é tudo de forma genérica, e não conseguimos ter essa visão? O que você acha, Marcio?
Marcio Jacson: Na verdade, a importância dos objetivos claros, das metas bem definidas e, principalmente, do acompanhamento, é fundamental. Acho que um ponto crucial aqui é que essa fase de planejar, de sair do campo das ideias e colocar em prática o que desejamos, é muito interessante e válida. No entanto, como eu sempre dizia nas mentorias de startups, uma ideia não vale nada se não tiver o poder de execução.
Ou seja, no nosso campo de planejamento e execução, se não houver disciplina, acompanhamento e a cadência necessária, as coisas acabam se perdendo. Você não consegue alcançar os resultados justamente porque falta a pessoa que está ali, frequentemente chamada de “chata”, cobrando a atualização dos indicadores e das informações, para garantir que haja alinhamento com as metas e objetivos. Esse acompanhamento precisa ser feito de forma regular — semanal, mensal — para identificar eventuais desvios, variáveis externas que possam impactar o planejamento, e para ajustar ou revisar o que for necessário.
Tudo isso só é possível por meio do poder de execução, com disciplina, e com profissionais competentes que saibam fazer esse acompanhamento tão importante. Caso contrário, ao final do ano, tudo o que foi planejado e definido não se concretiza. E aí, trago aquela máxima de que, na virada do ano, todos fazem promessas: perder peso, ler livros, realizar muitas coisas. Mas, quando chega o momento da execução, sem cadência, sem acompanhamento e sem busca ativa, tudo fica na promessa. No próximo ano, as mesmas promessas são feitas, e o ciclo vicioso se repete. O que precisamos, na verdade, é ser virtuosos, com conquistas e evoluções constantes, Matheus.
Modelos e frameworks
Matheus Martins: E, Marcio, quando falamos de mercados como tecnologia ou até o próprio comercial, temos muitos frameworks, ou modelos prontos, como o pessoal gosta de dizer. No comercial, por exemplo, há modelos de prospecção, que são boas práticas. Na gestão de TI, também temos as boas práticas do mercado.
E quando falamos de empreendedorismo, especialmente no contexto de planejamento orçamentário, existe um modelo ou framework pronto, algo nesse sentido?
Marcio Jacson: Sim, inclusive, quando você lê o livro, existem algumas vertentes que você pode seguir. Porém, a abordagem que estamos acompanhando, voltada para o público com o qual estamos falando, é a que realmente ajudará a ter um norte, com uma metodologia, uma ferramenta, um framework que possibilitará levar a cabo o que foi planejado.
Mas, sim, conforme o tamanho da empresa, existem outras ferramentas que podem ser aplicadas para realizar o planejamento de acordo com o contexto e o cenário. Muitas vezes, isso varia conforme a vertical ou o ramo de atuação da empresa.
Entretanto, na execução, na controladoria e no acompanhamento — que são os grandes diferenciais para realmente conquistarmos os resultados com base no que foi planejado —, basicamente, acredito que isso seja padrão para todos. Sem controladoria, sem disciplina, sem acompanhamento, o sucesso fica comprometido, e os resultados não serão alcançados.
Realinhamento durante a execução
Matheus Martins: Perfeito. Márcio, nas reuniões de planejamento com as empresas que você gerencia, já houve algum momento em que vocês disseram: “Não, estamos fora da curva, precisamos voltar, dar um passo atrás, colocar os pés no chão, porque estamos nos distanciando demais do que é possível”?
Eu gostaria de entender, Márcio, se há uma forma de manter o controle desse planejamento, de sermos mais realistas e, no final das contas, não extrapolarmos os limites que a nossa operação pode alcançar. Existe uma maneira de identificar e manter o controle desse planejamento?
Marcio Jacson: Sim, a resposta para a sua pergunta é que, dependendo da fase do negócio e da empresa, por exemplo, quando começamos a Tiflux, nós miramos alto e sonhamos grande. Sonhar grande dá o mesmo trabalho que sonhar pequeno, e isso fez com que, no primeiro ano, quando planejamos, orçamos e passamos por todo o processo, também tivéssemos uma visão de cinco anos e criássemos esse planejamento. Foi uma experiência muito bacana. Por quê? Porque, ao final do primeiro ano, começamos a perceber o que aconteceu: o mercado reagiu de uma maneira que foi mais positiva do que esperávamos.
A resposta para a sua pergunta é que, a cada ano que passa, você acumula mais insumos e experiências, o que possibilita uma visão mais precisa do que está planejando. Isso ajuda a entender melhor o tamanho do seu sonho, da sua visão, ou até mesmo a trazer pessoas externas, com outras perspectivas, para ajudar a oxigenar e inovar o processo.
Oxigenar e inovar também são muito importantes, mas, à medida que os anos passam, você consegue estruturar o planejamento de forma mais precisa e acurada, para que ele se concretize no próximo ano.
Então, ao planejar, é fundamental que o objetivo não seja nem muito alto, a ponto de causar frustração, nem muito baixo, para evitar cair em uma zona de conforto, o que também é prejudicial para a empresa. É preciso buscar sempre um equilíbrio, com um desafio a mais, para justamente extrair o potencial que cada pessoa tem e ajudá-la a se superar, já que muitas vezes ela não conhece o poder que possui. E é nesse ponto que conseguimos trabalhar com a empresa, alinhados nessa mesma linha.
Boas práticas
Matheus Martins: Perfeito, Marcio. Agora, vou lançar um desafio para você. Márcio, de tudo o que conversamos sobre a teoria e o assunto em si, você conseguiria elencar para nós, de forma concisa, três pontos principais para o pessoal que está assistindo? Algo mais resumido, talvez, com os três conselhos práticos e importantes que você daria para esse momento de planejamento?
Marcio Jacson:
O primeiro ponto é muita comunicação. Tenha conversas, mantenha a cabeça aberta e crie um momento em que você permita que as pessoas falem, porque há muita experiência de cada membro da equipe que, se não for compartilhada, ficará estagnada. Isso é um insumo que muitas vezes as empresas acabam perdendo.
O segundo ponto é organizar através do planejamento. Centralize essas ideias e conversas, crie padrões e use ferramentas para tornar tudo tangível e compreensível para todos.
Por último, de forma bem simples: o poder de execução. Tenha disciplina, cadência e acompanhamento diário, semanal e mensal, conforme necessário, para que, ao final do ano, você tenha alcançado o que foi planejado — ou até superado suas expectativas com uma surpresa muito agradável. E, se não alcançou, reflita sobre os aprendizados para o próximo ano e o próximo planejamento.
Matheus Martins: Maravilha, Marcio! Daria para escrever um livro com tudo o que conversamos aqui. Não seria um livro de 300 páginas, mas com certeza daria para formar um capítulo, repleto de informações importantes para o pessoal. Acho que a principal lição que tirei, entre diversas questões, é a importância da execução.
Lembro-me de eventos de startup. Aqui em Santa Catarina, temos esse ecossistema muito bem fomentado, e lembro até de você comentar muito sobre a necessidade de as pessoas saírem da cadeira e irem validar o produto.
Não adianta ficar no escritório ou, como você próprio disse, uma ideia não vale nada sem uma boa execução. Ter essa execução cadenciada e planejada é essencial. E, para finalizar, uma frase clichê, mas que se aplica muito à nossa realidade: “as rotinas pagam as contas”.
Marcio Jacson: Uma das coisas de que temos prazer em falar são os valores que cultivamos na nossa empresa, a Tiflux, e que você também deve ter na sua empresa. É fundamental ter valores bem definidos, aquilo em que você acredita, o que você quer que as pessoas sigam para conquistar seus objetivos. No dia a dia, esses valores precisam ser vividos para ajudar a concretizar o que foi planejado e garantir a sinergia entre todos.
Falando nisso, o nosso último valor como empresa é resultado. E o subtítulo desse valor é “Just Do It”, ou seja, apenas faça. Faça, porque se você ficar apenas no campo das ideias e do planejamento, como você mencionou, o resultado não virá. Muitas vezes, as pessoas, com medo de errar, acabam não agindo, mas o erro é um insumo importante para o aprendizado. Nós, como latinos, não gostamos de ficar mal na foto; não queremos errar. Muito pelo contrário, se mudarmos a mentalidade e nos permitirmos errar, entendendo que isso é um passo a mais para o nosso crescimento, seja pessoal, profissional ou como empresa, podemos tirar um fardo desnecessário e construir algo de sucesso, algo sensacional, como gostamos de dizer.
Parcerias
Matheus Martins: Maravilha, Marcio. Bom, pessoal, nosso tempo já está chegando ao fim, então agradecemos pela presença até aqui no nosso webinar. Mas antes de me despedir, não podemos sair sem ressaltar algo importante, Marcio. Nós, da Tiflux, acreditamos que um dos passos para ter resultados significativos — aqueles resultados sensacionais de que sempre falamos — está na parceria. Seja entre setores, pessoas, empresas, fornecedores e clientes. Quando dizemos “vamos juntos”, é porque acreditamos que podemos ir muito mais longe.
Aqui, não oferecemos apenas uma solução para atendimento e processos internos. Nosso time de implantação, por exemplo, já foi responsável por desenhar, junto aos nossos clientes, centenas de fluxos de trabalho, automações e processos. Temos relatos de clientes que não tinham seus fluxos desenhados e nem sabiam o que estavam fazendo. Por exemplo, os tipos de serviço que realizavam dentro da empresa: o cliente chegava para consertar determinado equipamento, o técnico atendia, mas não sabiam se aquele serviço era realmente o que a empresa oferecia. Nossos consultores se sentaram junto a eles, orientaram, pegaram na mão dos nossos clientes.
Antes de concluir, quero falar para você, que está nos assistindo e sente que as 24 horas do dia ainda não são suficientes para gerir sua equipe, que deseja conquistar mais clientes e atendê-los com mais agilidade, otimizando seus processos e destacando sua empresa no mercado. A Tiflux está aqui para ajudar você a cumprir essa missão. Queremos ver você e sua empresa multiplicando seus resultados a cada dia mais. Então, entre em contato conosco para saber como podemos fazer isso juntos.
Marcio Jacson: Perfeito, Matheus, obrigado pela oportunidade. Aproveitando essa fala final, gostaria de comentar que a Tiflux se propõe a ajudar todos os profissionais de atendimento e suporte para que possam alcançar resultados sensacionais. Isso é um grande desafio para nós, pois estamos constantemente trabalhando em todas as áreas da empresa para conseguir isso. Como uma empresa que presta atendimento ao cliente, se não oferecermos um bom atendimento e não gerarmos o desejo de nos tornarmos um benchmark, ou seja, se as boas práticas que temos, como no Customer Success, não puderem ajudar você, significa que não estamos conquistando o nosso resultado sensacional.
Nosso resultado sensacional é ver você, na ponta, através de uma boa comunicação e uma gestão eficiente de atividades e tarefas, ganhando o reconhecimento de seus clientes — a pessoa que você ajudou. Isso provoca um sentimento muito bom de resolver problemas de forma organizada, com qualidade, permitindo que seu negócio seja próspero e cresça de forma sustentável.
Então, conte conosco como solução para ajudar nesse processo. Temos uma academia de conhecimento, profissionais apaixonados por divulgar, ensinar e ajudar nesse caminho. Não somos apenas uma plataforma, somos uma solução completa, com a plataforma e o know-how que adoramos compartilhar com vocês, para que possam conquistar esses resultados sensacionais. E, juntos, poderemos gerar muitas oportunidades de emprego e beneficiar muitas pessoas com essa entrega e com o impacto que vocês promovem no mercado.
Muito obrigado, Matheus. Muito obrigado, audiência. Vamos conquistar resultados sensacionais juntos!
Matheus Martins: Perfeito, Marcio. Bom, sobre o template que você mencionou para o pessoal acessar o material e ter acesso a esse modelo de planejamento, assim como para acompanhar juntos no arquivo, vamos deixar o link aqui nos comentários e também na área de comentários ao vivo. O pessoal estará ajudando vocês e respondendo às perguntas. Se houver alguma dúvida ou algum ponto que não tenha ficado claro, fiquem à vontade para colocar nos comentários deste webinar.
Se você estiver assistindo ao vivo ou acompanhando o webinar gravado, deixe seu comentário com sua dúvida ou qualquer observação. Ficaremos muito felizes em responder e até trocar ideias com você.
Bem, com isso, concluímos, preparados com as técnicas e conhecimentos certos para crescer nossos negócios ano após ano. E não se esqueça: com a Tiflux, você pode conquistar resultados sensacionais no próximo ano da sua empresa. Não deixe de entrar em contato!
Agradecemos novamente ao Marcio, e este foi mais um episódio do Café e Tickets.
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